mercoledì 22 giugno 2011

Um poema por semana: Mário Cesariny

Il programma, Um poema por semana, va in onda cinque giorni la settimana, da lunedì a venerdì, sulla RTP2, in tre fasce orarie diverse (14, 18.30 e 22). In Italia è possibile seguire il programma online (in diretta o registrato) sul sito della RTP2, Rádio e Televisão de Portugal.
José Carlos de Vasconcelos, attualmente uno dei responsabili di Visão e Jornal de Letras, ha selezionato 15 poesie di autori appartenenti al canone letterario portoghese. Nel corso della settimana, la poesia scelta viene letta e recitata da cinque interpreti molto diversi fra loro: sono uomini, donne, giovani e anziani, gente comune che ama la poesia.
Il programma è stato inaugurato il 21 marzo, nel giorno mondiale dedicato alla poesia.
La poesia di questa settimana è Pasteleria di Mário Cesariny.


Pastelaria

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora - ah, lá fora! - rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra.

Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisbona, 1923 - 2006), pittore e poeta portoghese, oggi considerato il principale esponente del surrealismo portoghese. Si forma in clima neorealista, ma aderisce presto al surrealismo, di ispirazione bretoniana. Tra le sue raccolte di poesie ricordiamo: Corpo visível (1950); Manual de prestidigitação (1956); Pena capital (1957); Nobilíssima visão (1959); A cidade queimada (1965); As mãos na água (1972); As mãos na água e a cabeça no mar (1985).


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