domenica 23 ottobre 2011

La poesia angolana di Jofre Rocha

"Poema do regresso"

Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio,
não me tragam flores.

Tragam-me antes todos os orvalhos,
lágrimas de madrugadas que presenciam dramas.
Tragam-me a fome imensa de amor
e o queixume dos sexos túrgidos na noite constelada.
Tragam-me a noite longa de insônia
com mães chorando de braços vazios de filhos.

Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio,
Não, não me tragam flores...

Tragam-me apenas, isso, sim,
o último desejo dos heróis tombados ao amanhecer
com uma pedra sem asas na mão
e um fio de cólera a esgueirar-se dos olhos.

(“60 canções de amor e luta”)

Jofre Rocha (pseudonimo letterario di Roberto Francisco Victor de Almeida), è un poeta e romanziere angolano, uno dei fondatori dell'União dos Escritores Angolanos e presidente dell'Assembleia Nacional dal 1986 al 1997. Nasce il 5 febbraio 1941 a Kaxicane, Angola. Studia al liceo Nazionale Salvador Correia e partecipa attivamente nella lotta nazionale per la liberazione dell'Angola. Riveste incarichi ministeriali per il Governo dopo l'indipendenza. Fra le sue opere poetiche ricordiamo: “Tempo de Cicio”, 1973, Lobito, cadernos Capricórnio; “Assim Se Fez Madrugada”, 1977, Lisboa, Edições 70; “60 Canções de Amor e Luta”, 1988, Luanda, União dos Escritores Angola.
Le sue poesie, così come i suoi testi in prosa, abbordano tematiche legate alle contingenze storiche e sociali, raccontano il passato attraverso la voce di chi ha partecipato attivamente agli avvenimenti del paese.