Fin dall’appello nel 1998, il tema dei diritti umani restò una priorità per il premio Nobel
Quale miglior modo di
commemorare i cinque anni dalla scomparsa di José Saramago (avvenuta il 18
giugno 2010 a Tías nell’isola spagnola di Lanzarote) che raccogliere il
testimone per cominciare a concretizzare la sua proposta di creare la “Carta
dos Deveres Humanos”? «Foi-nos proposta uma Declaração Universal de Direitos
Humanos, e com isso julgámos ter tudo, sem repararmos que nenhuns direitos
poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem, o primeiro
dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também
respeitados e satisfeitos», aveva detto infatti il premio Nobel della
Letteratura nel 1998 proprio a Stoccolma lanciando un accorato appello ai 1.200
presenti alla cerimonia, in coincidenza col 50/mo anniversario della
Dichiarazione Universale dei Diritti umani.
Il suo suggerimento
viene raccolto ora da un gruppo di intellettuali, pensatori e filosofi che si
riunirà il 24 e 25 giugno p.v. a Città del Messico nel “Congresso Prospectiva
del Mundo” per volontà congiunta dell’UNAM (Universidad Nacional Autónoma de
México), del World Future Society - Capítulo Mexicano e della Fundação José
Saramago. Ad annunciare l’iniziativa, il cui proposito è di stilare un
documento da presentare alle Nazioni Unite, è la rivista Blimunda, organo
ufficiale della Fondazione intitolata a Saramago. Per ora, tramite l’editoriale
della rivista, si è saputo solo che il Congresso segna “o momento de
estabelecer os deveres que são a contrapartida dos direitos pelos quais tantos
lutaram” e che sarà aperto dall’intervento di Pilar del Rio, presidente da
Fundação oltre che vedova dello scrittore.
Che si tratti di un
tema che stava particolarmente a cuore allo scrittore portoghese, è ampiamente
confermato sia dal fatto che tra gli obiettivi della sua Fondazione – istituita
nel 2007 – spicca la diffusione della Dichiarazione Universale dei diritti
umani, sia dall’essere ritornato a parlarne anche dieci anni dopo la serata di
Stoccolma. Nel 2008 ebbe modo di osservare che nel frattempo la situazione non
era migliorata, anzi si era seriamente aggravata, alludendo anche all’invasione
dell’Iraq del 2003 le cui proteste di piazza per impedire la “seconda guerra
del Golfo” non erano servite a nulla. Denunciò quindi l’inefficacia di un testo
pieno di buone intenzioni, ma ridotte a zero per l’inefficienza delle entità
politiche responsabili, a cominciare dai Governi per terminare con le Nazioni Unite.
Ciononostante, per
Saramago ai cittadini comuni non resta che difendere la Dichiarazione con ogni
mezzo e di qui un suo nuovo appello. «É necessário – aveva detto – que se torne
em evidência e em intrumento de acção política este simples axioma: é certo que
sem a democracia não poderia haver direitos humanos, mas também não é menos
certo que sem direitos humanos não poderá haver democraci. Sim, leram bem, sem
direitos humanos não haverá democracia digna desse nome. Portanto, lutar pelos
direitos humanos é, em última análise, lutar pela democracia».
In attesa di sapere
qualcosa di più sugli sviluppi cui porterà il Congresso di Città del Messico e
mentre fervono intanto le iniziative alla Casa dos Bicos, sede da Fundação José
Saramago a Lisbona per celebrare l’anniversario, anche il diario portoghese gli
rende omaggio. Per farlo, il nostro Blog attinge a qualcuna tra le sue
innumerevoli frasi, nella convinzione che non ci si stanchi mai di rileggerle e
che puntualmente si resti folgorati dalla lucidità del Saramago-pensiero.
Cristianismo
O cristianismo tentou
convencer-nos de que devíamos amar-nos uns aos outros. Eu direi uma coisa muito
clara: não tenho a obrigação de amar toda a gente, mas sim de a
respeitar.(Reforma-1998)
Exemplo
Eu não sou um exemplo
do que é viver neste mundo. Sou um privilegiado. Mas não posso estar contente.
O mundo é o inferno. Não vale a pena ameaçarem-nos com outro inferno porque já
estamos nele. A questão é saber como é que saímos dele. (Público -2008)
Eternidade
A eternidade não existe. Um
dia o planeta desaparecerá e o Universo não saberá que nós existimos.
(Tabu/Sol-2008)
Felicidade
Eu não gosto de falar
de felicidade, mas sim de harmonia: viver em harmonia com a nossa própria
consciência, com o nosso meio envolvente, com a pessoa de quem se gosta, com os
amigos. A harmonia é compatível com a indignação e a luta; a felicidade não, a
felicidade é egoísta. (La Jornada -1998)
Palavra
Há duas palavras que
não se podem usar: uma é sempre, outra é nunca. (Público -1991)
Pessimismo
Gramsci deixou escrito
o retrato fiel daquilo que eu sou: «Pessimista pela razão, optimista pela
vontade». Isso diz tudo. (Faro de Vigo -1994)
Portugal
Quando se vive de
ilusões é porque algo não funciona. A nossa imagem (dos portugueses) mais
constante é a de alguém que está parado no passeio à espera de que o ajudem a
atravessar para o outro lado. (Expresso -2008)
Universo
O universo não tem
notícia da nossa existência. (Público -2005)
Vida
A nossa vida é feita do
que nós fazemos por ela, e do que temos que aceitar dos outros. (Jornal de
Letras, Artes e Ideias -1986)
Viver
A minha posição é a de
constante interrogação. (Expresso -1989)
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